top of page

Desde que Antonio Conte assumiu o comando técnico da vecchia signora, vem trabalhando em cima de um teoricamente desusado 3-5-2 que, em termos analíticos, parece pouco adequado às exigências do futebol moderno. Apesar disso, e fruto de uma escolha feliz de jogadores para o modelo, a solidificação dos princípios ergueu uma equipa competente e que disfarça bem as insuficiências estruturais. Um trio de centrais experientes e de qualidade e dois laterais que são muitos mais do defesas, quase sempre integrados no meio-campo. Em perda de posse de bola, o recuo posicional de ambos (Lichsteiner e Asamoah) remodela a equipa num clássico 5-3-2, mais tradicional no calcio. A chave para a construção ofensiva da equipa está nas duas linhas de meio-campo: Pirlo é o cérebro, sempre bem colocado e muito criterioso a gerir a posse de bola e o espaço; Vidal e Pogba, partindo da posição de interiores de segunda linha, derivam sistematicamente para as alas, dando apoio às subidas dos laterais e conferindo profundidade nos corredores. Vidal abre à direita, Pogba faz o mesmo no lado oposto, Tevez baixa para uns metros atrás de Llorente, compondo um 3-1 entre a segunda linha do meio-campo e o ataque.

 

Graças ao dinamismo exigido aos jogadores, torna-se muito interessante observar a equipa da Juventus que, hoje por hoje, é um dos produtos tácticos mais ricos e uma das soluções menos improváveis de sucesso desportivo. Conte imaginou e os jogadores põem em prática. Pode não ser uma das formulações mais equilibradas, mas não deixa de trazer um ar diferente a uma liga italiana onde se respira conformismo e previsibilidade táctica.

 

Bloco de tácticas III

Juventus (05/01/2014, vs. Roma)

6 de Janeiro, 2014

 

 

bottom of page