Crónica, crítica de discos e filmes, futebol e observação de jogadores e portfolio de trabalho pessoal 

Teve uma ascensão meteórica este menino carioca, desde que chegou às categorias de base do Botafogo - então fazendo furor pelos seus malabarismos técnicos - até assinar, nos últimos dias do mercado de verão da temporada 13/14 pelos moscovitas do CSKA, alegadamente por uma soma inferior a 10 milhões de euros. Despontou no Audax Rio, pequeno clube de S. João de Meriti, antes de se mudar para o colosso alvi-negro do Rio, em 2011, ainda com 17 anos de idade.  O debute profissional, depois de passagens impactantes no Brasileirão de sub-20, aconteceu dois anos depois, em 2013. Em poucos meses, com alguns golos, assistências importantes e muitos apontamentos mágicos, convenceria o CSKA da utilidade da sua contratação. Na temporada 13/14, além da estreia a marcar pelos russos, também se estreou na Champions League.

 

Tido como um dos valores potenciais mais desequilibradores da nova geração do futebol brasileiro, já lhe colaram algumas alcunhas; o mini-mago e o novo Jairzinho são as mais correntes. Sendo daqueles talentos que parecem só nascer no Brasil, ainda com quase extinta irreverência de um menino de rua, brincalhão e alegre, é um repentista nato, com técnica apuradíssima e imprevisível e uma velocidade pouco comum nos futebolistas brasileiros. Tem bom pique e, quando deixado embalar, faz uso dos predicados técnicos para desconcertar qualquer esquema defensivo. Gosta de romper, amiudades vezes em slalom, partindo em diagonais, normalmente da esquerda para o meio, encarando os opositores sem receios. Futebol de improviso puro, passes perfumados e a elegância de um pé levezinho mas mágico são o seu cartão de visita. Pode actuar como segundo avançado móvel ou como flanqueador, preferencialmente à esquerda. É ambidextro e possui um remate eficaz. Se tiver uma adaptação sólida ao futebol europeu, tem tudo para vir a ser uma das boas surpresas da estação 13/14.

Setembro 19, 2013